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Editorial - 04/12/2015 | 19h44m

Santa Casa merece respeito!

Da crise financeira, que existe em vários hospitais do Brasil, a Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa (RJ) não fugiu à risca.

 

Mesmo encarando os desafios do cotidiano, a Provedoria busca recursos para mudar o visual do prédio centenário e manter pagamentos de funcionários, servidores, contratados e prestadores de serviços em dia, ou pelo menos, sobrevive para mantê-los às custas de muito equilíbrio, parcerias, doações de voluntários e todo tipo de profissional liberal, empresários beneficentes e afins.

 

Longe de aqui tecer elogios administrativos àquele hospital, mas de citar os fatos tais como os conheço, louvo a Provedoria e sua condição de – recentemente – “formalizar” o encerramento da prestação de serviços ao Fundamp (Fundo de Assistência Médica Permanente dos Servidores Públicos Municipais de Barra Mansa), penalizando dependentes e seus titulares, vítimas mais uma vez do governo municipal na pessoa do prefeito Jonas Marins (PCdoB) e do diretor Executivo do Fundo, advogado Paulo César Alves, cargo político indicado sob autorização do prefeito para ocupação imediata após saída do médico Maurício Amaral.

 

Com a decisão da Provedoria, o Fundamp continua descontando dos contracheques dos servidores o percentual do mês sem prestar o devido serviço aos mesmos.

 

Inadmissível a qualquer hospital sobreviver sob o argumento de contratos não cumpridos; argumentos evasivos de pagamentos feitos semanas após a expedição das notas fiscais e outros motivos não expostos a público diante da decisão da Provedoria.

 

Com certeza, os problemas se arrastam há meses sob o silêncio dos administradores do hospital.

 

Aliás, segurar a caneta para manter as portas da Santa Casa em funcionamento 24 horas não é tarefa fácil para qualquer pessoa. Tem que ter capacidade, competência, senso administrativo, perder noites de sono, sorrir para situações dificílimas de trato complicado, sorrir diante das mais lastimáveis situações envolvendo todo tipo de gente de todas as idades. Tem que ter postura para enfrentar a decisão de “cortar” o atendimento a todos os servidores públicos municipais e seus dependentes para fazer com que o Poder Público tome vergonha (o que não será feito), tome conhecimento (o que não acontecerá), tome postura administrativa para solucionar problemas (o que o atual governo não tem) e outros argumentos para virar a situação.

 

Conhecedora dos problemas do atual governo municipal e do Fundamp com seus Conselhos (complicados) Fiscal e Administrativo, a Provedoria e toda equipe fez o que devia ter sido executado e haja pulso para tomar tal decisão!

 

Decisão difícil, que louva a iniciativa daqueles, que lá estão para manter a prestação de serviços em dia mediante pagamento dos mesmos e dignidade das parcerias estabelecidas legalmente para diálogo entre as partes. Aliás, basta analisar o perfil do Fundamp nos últimos três anos para ter ciência da problemática administração da área da Saúde municipal e seus gestores.

 

No mais, os argumentos por aqui só se bastam para não prolongar mais outros pormenores.

 

Viva o provedor Jair Fusco e sua provedoria! Viva a Santa Casa! Viva sua gestão! Viva seus mais de 100 anos de fundação!

 

Eliete Fonseca – Jornalista Profissional – Reg. MTb. 18.902