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Matérias - 16/04/2018 | 06h28m

Macron afirma que França "não declarou guerra à Síria"

Paris
O presidente da França, Emmanuel Macron, assegurou domingo, 15, que o bombardeio na madrugada de ontem sobre supostas instalações químicas na Síria não representa uma declaração de guerra ao regime do presidente Bashar al Assad, mas uma defesa do direito internacional e das resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU).

A ofensiva pretendia "intervir de forma legítima no marco multilateral" e não fazer uma declaração de guerra à Síria, declarou Macron em entrevista à emissora BFMTV, na qual diferenciou os bombardeios conjuntos com Estados Unidos e Reino Unido contra a Síria das campanhas bélicas na Líbia e no Iraque.

"Tivemos êxito no plano militar: todos os mísseis lançados atingiram seus alvos, as capacidades químicas do regime sírio foram destruídas e não houve nenhuma vítima colateral", disse Macron.

Numa conversa marcada pela tensão, Macron interpelou seus dois entrevistadores.
"Vocês ouviram que declaramos guerra a Bashar al Assad? Não. Essa é a diferença a respeito do que se fez na Líbia ou no Iraque".

Segundo Macron, o único compromisso militar que a França tem na Síria é a luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico, que está por trás dos principais atentados que o país sofreu nos últimos anos.

Nesse sentido, afirmou ter convencido o presidente norte-americano, Donald Trump, de manter sua presença militar na Síria, apesar de este ter anunciado sua intenção de retirar suas tropas.

Macron defendeu que o papel da França na crise síria é "poder falar com todo mundo", razão pela qual disse que tentará convencer Rússia e Turquia a participar de conversas que alcancem uma solução política pactuada.