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Matérias - 10/09/2018 | 07h36m

Egito condena 75 à morte e centenas à prisão por protesto de 2013

Agência Reusters
Um tribunal egípcio emitiu sentenças de morte para 75 pessoas, incluindo importantes líderes islâmicos, e aprisionou mais de 600 por um protesto de 2013 que terminou com o assassinato de centenas de manifestantes pelas forças de segurança do país.

As condenações concluíram o julgamento em massa de cerca de 700 pessoas acusadas, incluindo por assassinato e incitação à violência, durante o protesto pró-Irmandade Muçulmana na praça Rabaa Adawiya no Cairo.

O governo diz que muitos manifestantes estavam armados e que oito membros das forças de segurança foram mortos. Inicialmente foi dito que mais de 40 policiais haviam sido mortos.

Grupos de direitos humanos dizem que mais de 800 manifestantes morreram no principal e mais violento incidente que seguiu-se ao levante popular de 2011 no Egito. A Anistia Internacional condenou a decisão de sábado, 8, chamando o julgamento de “uma desgraça”.

Na audiência de sábado no vasto complexo prisional de Tora, no sul do Cairo, uma corte criminal condenou à morte por enforcamento uma série de islamistas proeminentes, incluindo os líderes da Irmandade Muçulmana Essam al-Erian e Mohamed Beltagi e o clérigo Safwat Higazi.

O líder espiritual da Irmandade Mohamed Badie e dezenas de outros receberam sentenças de prisão perpétua, segundo fontes do judiciário. Outros receberam condenações que variam entre 5 e 15 anos.

O Estado desistiu de casos contra cinco pessoas que morreram na prisão, informaram fontes do sistema judiciário, sem dar mais detalhes.

Após semanas de protestos em 2013 contra a derrubada do presidente islamista Mohamed Mursi pelos militares, forças de segurança reprimiram violentamente os manifestantes na praça Rabaa.

Centenas de pessoas foram aprisionadas e acusadas de incitação à violência, assassinato, e organização de protestos ilegais.