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Guatemala - 07/01/2019 | 07h10m

Guatemala proíbe entrada de funcionário de missão da ONU

Autoridades migratórias da Guatemala proibiram a entrada de um funcionário de uma missão antimáfias da ONU no país, que iria investigar o presidente Jimmy Morales por financiamento ilegal de sua campanha eleitoral em 2015.

O funcionário da Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig) da ONU, o colombiano Yilen Osorio, permanece nas instalações do aeroporto La Aurora da capital desde a noite de sábado, 5.

As autoridades migratórias proibiram a entrada no território guatemalteco "por disposição de segurança e de ordem pública", diz o memorando que impediu a entrada do colombiano no país.

Osorio não foi expulso na noite de sábado, pois um juiz ordenou que permanecesse nas instalações do aeroporto até que sua situação seja esclarecida.

A decisão gerou uma onda de críticas de várias organizações civis e de direitos humanos neste domingo, 6, assim como do Prêmio Nobel da Paz de 1992, a indígena guatemalteca Rigoberta Menchú.

Morales, um ex-comediante de televisão de 49 anos, mantém desde agosto de 2007 uma posição hostil contra a Cicig, depois que a comissão e a Procuradoria pediram que ele perdesse o foro presidencial para investigarem suspeitas de financiamento eleitoral ilícito em sua campanha de 2015.

O governante de direita acusou o ex-juiz colombiano Iván Velásquez, titular da Cicig, de extrapolar suas funções e ordenou que ele fosse expulso do país, pelo que em setembro foi impedido de entrar na Guatemala depois de uma viagem aos Estados Unidos.

Em agosto, Morales havia anunciado que não pedira uma nova ampliação do mandato da Cicig, que funciona desde 2007.

Agência France-Presse