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Editorial - 23/01/2019 | 14h15m

Políticas vazias

O que se tem de opções para o cenário eleitoral das cidades na eleição para 2020 é um quadro bem distante do que se tem atualmente.

Jovens buscam ofertas de empregos. Jovens anseiam por opções advindas do quadro político que, sem nomes que preencham o perfil desejado, brotam nas cidades à cata de uma poltrona no Legislativo e no Executivo.

O que se propõem ainda é resultado das tradicionais políticas mantidas por famílias tradicionais à frente do leme, fazendo das eleições urbanas nos mais de 5 mil municípios do Brasil, a continuidade do fracasso do emprego das verbas públicas sem a devida transparência e prestação de contas do valor gasto equivalente a cada centavo. Então o que se vislumbrar para o mandato de 2021 a 2024?

A mesma marola de sempre: a corrupção muitas vezes levada ao poder pela grande maioria do eleitor.

No país, quando um partido levanta a cabeça para estampar que algo pode ser novo ou diferente, enfrenta resistência, desgaste, deboche, acusações, divulgação nos meios de massa como televisão, noticiários de grande alcance e todo tipo de enredo que valha o final daquele começo naturalmente projetado e positivo.

Não se entra na política partidária para o povo, mas se faz do mesmo, um degrau para o patrimônio próprio e dos seus. Isso faz com que a cada eleição, milhões de eleitores deixem o caminho das urnas, focando outros atrativos para substituir tal destino. Com a continuidade, outros milhões seguirão a mesma caminhada, levando a mudanças legais no cenário eleitoral para atrair o cidadão ao voto, porque do jeito que está será impossível reverter o quantitativo de abstenções e anulações a cada pleito.

O cidadão está cercado de informações via redes sociais, que o diferem do perfil de seus avós. Hoje no Brasil, na esfera federal, estadual e municipal temos a imagem do político. Falta a essência. Falta o recheio. O que se olha não é o que se espera e o que se projeta não é o que apresentou na eleição.

Difícil vislumbrar mudança na cultura brasileira. Atrás de uma eleição tem milhões de interesses e raramente será aquele de valorização da área urbana tão pouco do emprego de cada centavo da verba pública, porque nada se fiscaliza e nada se tem a obrigação de se provar algo para alguém, principalmente o cidadão omisso ou carente das decisões partidárias e dos grupos que sustentam essas esferas.

É o país que temos com raríssimas exceções e o que os jovens podem esperar de tudo isso? Nada.

Eliete Fonseca
Jornalista Profissional
Registro 18.902/RJ