Barra do Piraí
A segunda edição do Badopi Folia neste ano, foi recheada de atrações, para todos os gostos e públicos, das mais variadas idades. Entre os dias 1º e 10 de março, foliões de todo Sul Fluminense puderam pular o Carnaval e festejar os 129 anos do município. Pela primeira vez na história, os festejos se estenderam por dez dias, sem contar a quinta-feira, 28, e atraíram mais de 100 mil pessoas que, além das atrações turísticas locais e nacionais, ajudaram a movimentar o comércio local, girando a economia em tempos de retração nacional.

A festa teve início com a abertura oficial do Carnaval, na Praça Nilo Peçanha, na quinta-feira, 28, quando o prefeito Mario Esteves entregou, simbolicamente, as obras dos novos banheiros públicos da área de lazer e abriu oficialmente o Badopi Folia 2019, com homenagem ao conhecido e saudoso Mestre Felipão. Ainda naquele dia, desfilaram pela Avenida Governador Portela os blocos do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) - com usuários do programa de Saúde Mental -, “Bandalheira”, “O Conto do Vigário” - com membros da igreja Católica - e “Of Samba” - do bairro Oficina Velha.

Sexta-feira, 1º, a festa foi animada, primeiramente pelos blocos de embalo “As Piranhas” e “Hulk da Metalúrgica”, que levaram seus foliões às ruas da cidade, mesmo debaixo de forte chuva. O bloco “Aopati”, do Itapoã Clube, não saiu por conta da tempestade.

No sábado, 2, os moradores da Roseira foram animados pelo bloco “Só Não Vai Quem Já Morreu”, liderado pela associação de moradores local e concentrado na quadra poliesportiva daquele bairro. No palco principal, quem animou os foliões foram o grupo “Som da Gente” e o cantor Dudu Nobre.

Domingo de Carnaval, 3, a folia se concentrou nas três áreas montadas pela prefeitura - sendo duas de músicas eletrônicas nas praças Pedro Cunha (Largo da Feira) e Júlio Braga, e na Nilo Peçanha. Nesta última, quem animou os foliões foram as bandas “Of Samba” e o grupo “Imaginasamba”.

Na segunda-feira, 4, a animação continuou. Quem passou pela avenida foram o Grêmio Recreativo Escola de Samba “Sai de Baixo” e o bloco de embalo “Sem Compromisso”. No palco principal, os grupos “Agenda” e o “Karametade” animaram a galera.

Terça-feira, 5, (último do Carnaval), a festa começou no bairro São João. Pelo segundo ano, o bloco “Mamãe, Quero Brincar” animou crianças, jovens e adultos, numa festa que se iniciou às 17 horas e seguiu até à noite. No Centro, a animação ficou por conta do bloco de embalo “Vai Quem Quer”, do bairro Caixa D’Água, além do grupo “Márcio Merengue” e da bateria da “Estação Primeira de Mangueira”, que formou um arrastão pela Avenida Governador Portela, levando os foliões ao delírio com os sambas que marcaram a história da agremiação carioca. Era o prenúncio de uma notícia boa para a “Verde e Rosa do Morro da Mangueira”, que viria a ganhar o título no dia seguinte.

Quarta-feira, 6, que seria de pouco movimento em qualquer lugar, no município fugiu à regra. Milhares de pessoas lotaram o Centro, uma vez que a festa do Badopi Folia 2019 ainda estava no meio. O grupo de pagode “Nosso Sentimento” animou os foliões, naquela noite. Antes deles, o grupo “Fetiche” também deixou o seu recado.

Na quinta-feira, 7, a cantora Pop, Perlla, mais uma vez na cidade, agitou a galera, que foi também embalada pela cantora Letícia Coutinho, antes do show nacional.

O fim de semana chegou como sendo o “centro dos foliões da região Sul Fluminense”. Sexta-feira, 8, teve até ‘repeteco’ de bloco de embalo. O “Sem Compromisso” levou a bateria e os foliões do bairro Boa Sorte, a desfilarem novamente. No palco principal, as atrações começaram com o “DJ Pokémon”, seguida do cantor Glauco Zulo, que trouxe os sucessos do seu repertório. No sábado, 9, os cantores do grupo “Pegada Chique” e a dupla João Lucas e Marcelo conquistaram o público.

Domingo, 10, aniversário do município, a festa começou cedo, com o desfile cívico alusivo aos 129 anos de emancipação. Milhares de pessoas lotaram a Avenida Governador Portela para acompanhar a passagem das escolas da rede municipal de ensino e demais instituições como o bloco “O Conto do Vigário”, que animou os presentes, ao final do desfile. Autoridades caíram no samba juntamente com a população, em festa.

À noite, os festejos começaram no Centro lotado, aguardava ansiosamente a figura do cantor Belo, para fechar, com chave de ouro, o Badopi Folia 2019. Antes dele, o bloco de embalo “Balanço do Areal” animou os foliões. Cerca de 20 mil pessoas, segundo estimativas da Guarda Municipal, assistiram ao show de uma das figuras mais esperadas do evento. Em apresentação memorável, Belo fechou a noite. Os foliões só deixaram o Centro após a apresentação do grupo “Renovasamba”, no meio da madrugada de segunda-feira, 11.

Limpeza e ordem, um marco para o Carnaval
Para se fazer uma festa de dez dias, a prefeitura uniu três secretarias: a de Turismos e Cultura, que cuidou da estrutura; a de Comunicação, que deu suporte e divulgação; e a de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, que ficou com os shows e a fiscalização sobre a parceria com a empresa vencedora do certame para exploração do local e demais itens do edital de Licitação.

Para o secretário de Turismo e Cultura, Orlando Pimentel, a junção com as secretarias foi fundamental para que o Badopi Folia 2019 fosse o sucesso de público e crítica. “Ficamos honrados com a presença da população; razão de nossos esforços. Para uma grande festa como essa, é quase lógico que se tenham percalços, mas na avaliação geral, quem ganhou foi a cidade, nesta que é considerada a maior festa popular do mundo, que é o Carnaval”, disse.

Além disso, ele cita aqueles que agiam indiretamente na festa e atuavam tão logo o evento chegava ao final, como os agentes das secretarias de Serviços Públicos e de Água e Esgoto. “Foram homens e mulheres que deram o máximo nos dez dias do Badopi Folia. Antes do dia raiar, as equipes estavam recolhendo todo o lixo. Quanto à água utilizada para esta limpeza, salientamos que ela não era tratada e que servia apenas para aquele fim, conforme informações da pasta de Água e Esgoto”, explicou Orlando Pimentel.

O Badopi uniu três pilares: o cultural, o econômico e o social
Considerado um dos maiores eventos do mundo, em termos econômicos, o Carnaval do Brasil se sobressai, não somente pela criatividade em fantasias ou pelos faraônicos desfiles de escolas de samba, que movimentam cifras milionárias no país. Há de levar em conta que o “Tríduo Momesco”, além da data considerada feriado, tem sido a mola propulsora em tempos de economia estagnada. Em Barra do Piraí, este sinal foi sentido nos dez dias de folia, nas vendas, em estadias e restaurantes.

De acordo com o secretário de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Wagner Aiex, o Badopi Folia 2019 foi exaustivamente cansativo pela movimentação estrutural, muito bem amarrado pelo Poder Público, e economicamente viável, quando se analisam cenários, numa cidade que ficou no centro da atenção cultural por dez dias.

“O Badopi uniu três pilares: o cultural, o econômico e o social. Primeiro, porque é a maior festa popular do país; segundo que, de forma gratuita, milhares de pessoas curtiram artistas que, fora deste eixo, assistiriam pagando em teatros e casas de shows e terceiro, porque ajudou a economia da cidade e de mais de 150 permissões de isopores e barracas. Foi válido porque estamos em tempo de estagnação econômica e falta de oportunidades. E com essa data, foi possível criar chances de muitos faturarem”, disse Wagner Aiex.

De acordo com o chefe da pasta, a segurança nos dias também foi importante para que o Badopi Folia levasse às ruas todas as faixas etárias. “Tivemos, além da segurança particular  a quem nós só temos o que agradecer, o apoio dos agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal. Em vista de uma festa de dez dias, não tivemos grandes incidentes; alguns pontuais, não tiraram o brilho de uma festa inédita e grandiosa, claro pela participação de um conjunto”, completou Wagner Aiex.

Fotos: PMBP