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Editorial - 15/03/2019 | 16h34m

Imprensa de todos nós

Há mais de duas décadas, o título de Jornalista Profissional era reservado a quem trazia consigo, um diploma a nível de ensino superior. Com o passar dos anos, a obrigatoriedade perdeu foco e aos poucos, todos os cidadãos passaram a assumir seu papel de também ser um jornalista profissional e um fotógrafo nas horas mais variadas do dia e noite afora.

A continuidade cedeu espaço à razão e todos são invariavelmente JORNALISTAS e FOTÓGRAFOS, caindo por terra a profissão e sua representatividade na esfera sindical e classista.

O aspecto ético também desceu os degraus. Tudo se mostra nas redes sociais e isso se faz obviamente SEM CENSURA. Ninguém escapa a um click do celular. Ninguém. De repente, um fato percorre o planeta em questões de frações de segundos! De repente, uma foto ganha o mundo e tudo muda em torno do fato. A internet ganhou o planeta e o jornalista ocupou outro espaço, que não o seu de origem, porque todos o são independente do grau de instrução e sabedoria. Todos.

Com a falta de obrigatoriedade, a política também recebeu seu foco aos olhares dos menos informados e dos mais preparados. Os políticos caíram no mesmo contexto da imprensa, que hoje é de todos nós. Nada escapa. Resta esperar o próximo click para acompanhar o que vem por aí. Enfim, a imprensa que era de poucos a nível de profissão passou a ter outra dimensão de espaço. Deixou de ser “singular” e assumiu seu papel de “plural”, de autores “plural” e sem ética.

Salve-se quem puder, sem exceção.

Eliete Fonseca
Jornalista Profissional
Registro 18.902/RJ