Matérias - 08/07/2019 | 16h07m
São Joaquim promove torneio leiteiro
Quatis
Localizado a 40 quilômetros da área urbana de Quatis, o distrito de São Joaquim vai atrair a partir de quarta-feira, 10, até domingo, 14, dezenas de produtores rurais para realização da trigésima-primeira edição do torneio leiteiro da localidade.
Este torneio é considerado um dos acontecimentos principais do calendário anual de eventos da prefeitura, que através de uma lei municipal sancionada pelo prefeito Bruno de Souza (MDB), tornou o distrito “estância turística e cultural da cidade”. O distrito é denominado também polo cultural, histórico e turístico pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da lei estadual número 7824/2017.
Para o prefeito Bruno de Souza, “a importância de São Joaquim na história, no crescimento econômico e no desenvolvimento de Quatis justificam esta denominação”. Pela lei municipal sancionada por Bruno, ainda durante a vigência do seu primeiro mandato à frente da prefeitura (2013-2016), “as construções arquitetônicas do distrito remanescentes do século XVIII, especialmente os casarões da época do café, já salvaguardadas pelo CULTUPHAQ (Conselho Municipal de Cultura e de Proteção Histórica e Ambiental de Quatis) devem ser preservadas”.
- Uma das propostas do plano de governo da nossa administração é o desenvolvimento sustentável de Quatis, que significa trabalhar pelo crescimento da nossa cidade, mas sem afetar a qualidade de vida e a história do município. Neste sentido, o distrito de São Joaquim tem uma importância estratégica para Quatis em vários aspectos, a começar pela história e chegando ao desenvolvimento turístico, econômico e social, daí a lei que sancionamos, denominando o distrito como estância turística e cultural - declarou Bruno.
A lei do município prevê ainda, mediante ações conjuntas com a administração estadual, as seguintes iniciativas: “capacitação de moradores do distrito de São Joaquim visando acolher os turistas, catalogação e recuperação do patrimônio cultural no que se refere aos bens imateriais, conservação do patrimônio material, ordenamento público e a melhoria do saneamento básico, além da sinalização viária e do sistema de iluminação pública”.
Outras medidas previstas pela mesma legislação são “a melhoria dos serviços de telefonia fixa e móvel; a defesa do meio ambiental, destacando nesta proposta a preservação, o reflorestamento, a proteção dos mananciais, o controle da qualidade do ar e da água; e a elaboração, em conjunto com a comunidade local, de um calendário de eventos incentivados pelo poder público”.
A história de São Joaquim remonta ao ano de 1827, quando o casal Joaquim José Pereira e Umbelina de Mendonça doou terras para a construção de uma capela em louvor ao patriarca São Joaquim, de moradias e de casas de comércio na localidade. Inicialmente, o então povoado pertenceu a Valença, mas passou para o domínio de Barra Mansa no ano de 1844. Com a emancipação de Quatis, ocorrida no começo da década de 1990, tornou-se o segundo distrito do município recém-emancipado.
No século XIX, foi um centro de comércio muito movimentado, pois era ponto de passagem dos tropeiros vindos da capitania de Minas Gerais. A decadência da cafeicultura, provocada, entre outros motivos, pela libertação dos escravos, afetou a importância que São Joaquim ocupava naquela época, dentro do cenário econômico da região.
Esta decadência agravou-se ainda mais com a construção da linha ferroviária cortando a então freguesia de Nossa Senhora do Rosário da Encruzilhada dos Quatis, atual área central do município, e do outro lado do distrito. Atualmente, a agropecuária desenvolvida em sua maioria por pequenos produtores de leite é a atividade econômica principal de São Joaquim, que conserva o passado e uma vasta área de patrimônio ambiental.
Foto: PMQ