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Matérias - 28/09/2015 | 05h52m

Educação realiza encontro do EJA

Angra dos Reis

A Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, realizou na Casa Larangeiras, o IX Encontro da Educação de Jovens e Adultos (EJA), com o tema “educar para diferenças; Educar para mudanças”.

Este encontro, que também contou com apresentações culturais, teve como objetivo, segundo o coordenador da EJA, Fabiano de Andrade, a formação continuada de professores deste segmento na rede municipal, direcionando temas abordados às necessidades e desafios atuais. Além disso, o evento busca fomentar, compartilhar e sedimentar saberes dessa modalidade, garantindo espaço para discussão de idéias que visam estimular os vínculos dos profissionais engajados com a Educação de Jovens e Adultos.

- São questões pertinentes à nossa realidade e ao nosso cotidiano, então esse espaço serve para discutirmos e apontarmos alguns caminhos para questão da entrada dos jovens evadidos do ensino regular, no EJA. Atualmente esses jovens ocupam 50% das salas e a redução de adultos trabalhadores está bem drástica - explicou Fabiano.

A discussão do currículo no EJA torna-se indispensável devido à variação de geração, diversidade cultural e ética que existe em nosso município, uma situação bem diferente de 10 anos atrás. Diante desta nova realidade, é necessário trabalhar de forma cuidadosa todas essas diferenças dentro das salas de aula do EJA, agregando uma visão mais moderna na educação.

A subsecretária de Educação, Danielle Tudes, debateu sobre essa realidade e como as manifestações artísticas de música, cinema e literatura, têm contribuído para acolhimento dessas diversidades.

Em discussão, a palestrante Alessandra Nicodemus, que é doutora em Educação e professora-adjunta da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), expressou a necessidade do professor se colocar como autor da sua sala de aula e assumir-se como intelectual com autonomia.

- É fundamental que redes públicas garantam isso. O professor precisa trazer de volta esse papel, porque a tendência tem sido padronizar, ou seja, o educador recebe tudo pronto e só aplica. Precisamos pensar a escolarização em outra tendência. Os alunos do EJA possuem suas especificidades e possuem um ritmo de atividade diferente, pois carregam uma bagagem de vida e se dirigem para escola, após um longo e cansativo dia de trabalho. Então, todas essas questões que nortearão a vida desse aluno no processo de escolarização, precisam ser consideradas para não levá-los ao fracasso novamente. A escola fracassou com ele uma vez e pode fracassar de novo se ela não observar quem é esse aluno e quais suas especificidades e potencialidades - analisou Alessandra.