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Matérias - 18/01/2016 | 16h05m

Imprensa chinesa adverte nova presidente de Taiwan

Pequim

A imprensa oficial chinesa advertiu segunda-feira, 18, a vencedora das eleições de sábado, 16, em Taiwan, Tsai Ing-wen para que recuse uma postura pró-independência e que um corte com o continente seria entrar por uma "via sem saída".

A vitória do principal partido da oposição em Taiwan, o Partido Democrático Progressista (PDP), de Tsai Ing-wen nas eleições de sábado demonstra, aparentemente, o desejo dos taiwaneses de se afastarem de Pequim após vários anos de aproximação.


O PDP é tradicionalmente partidário da independência, mas Tsai moderou seu discurso ao garantir que o status quo será mantido.

Zhou Zhihuai, diretor do Instituto de Estudos de Taiwan da Academia de Ciências Sociais da China escreveu segunda-feira, 18, na edição em chinês do jornal Global Times que se Tsai "romper com o continente entrará por uma via sem saída".

Pequim "não terá ilusões irrealistas", refere Zhou, mas a opção pela "paz ou antagonismo" nas relações entre o continente e a ilha caberá a Tsai.

Taiwan – A ilha onde se refugiou o governo da antiga República da China quando o Partido Comunista Chinês (PCC) tomou o poder no continente há 66 anos é vista por Pequim como uma província chinesa e não uma entidade política soberana.

Nos últimos oito anos, enquanto o Partido Nacionalista (KMT) esteve no poder, as relações entraram num período de fortalecimento sem precedentes numa aproximação vista com desconfiança pela opinião pública taiwanesa.

Após a vitória de sábado, Tsai avisou à China de que a "repressão" prejudicará as relações e que o "sistema democrático, identidade nacional e espaço internacional de Taiwan devem ser respeitados".

Em editorial, o jornal oficial em língua inglesa China Daily insistiu que a derrota do KTM está relacionada com assuntos como o aumento do desemprego e desigualdade na ilha e não com a postura daquele Partido, favorável ao diálogo com Pequim.

E acrescentou que as políticas de Tsai com o continente "permanecem ambíguas". "Ela será responsável por manter o desenvolvimento pacífico nas relações entre os dois lados do estreito", aponta o China Daily.