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Matérias - 05/02/2016 | 13h25m

Turquia fecha fronteira com a Síria

Kilis

A fronteira da Turquia com a Síria foi fechada sexta-feira, 5, ao sul da cidade turca de Kilis, com milhares de pessoas concentradas do lado sírio para tentar escapar à ofensiva do regime de Damasco na região de Aleppo.

Segundo um jornalista, a situação estava calma no posto fronteiriço turco de Oncupinar, em frente à cidade síria de Bab Al Aslam, onde ninguém foi autorizado a entrar ou sair desde o início do dia de hoje.

Nenhum fluxo de refugiados era visível a partir da Turquia. Somente alguns veículos da polícia turca estavam estacionados ao longo do corredor protegido, que faz de fronteira em terra de ninguém entre os dois países.

Segundo o governo turco e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), milhares de civis deixaram a cidade de Aleppo, alvo de uma vasta ofensiva do Exército da Síria, apoiado por intensos bombardeios da aviação russa, seu principal aliado.

“Atualmente, há 10 mil novos refugiados à espera em Kilis por causa dos bombardeios aéreos e dos ataques contra Aleppo. Entre 60 mil e 70 mil pessoas estão se deslocando a partir dos acampamentos do norte de Aleppo em direção à Turquia”, afirmou em Londres o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu.

A OSDH relatou que cerca de 40 mil civis da região fugiram de suas casas desde e que milhares se encontravam sem abrigo perto da Turquia.

A Turquia acolhe cerca de 2,5 milhões de sírios. O país pediu ação à comunidade internacional.

“Cerca de 10 mil pessoas procedentes de Aleppo esperam atualmente na fronteira para entrar na Turquia. Os russos bombardeiam implacavelmente, o regime bombardeia implacavelmente, mas o mundo cala-se”, lamentou na quinta-feira à noite, 4, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em visita ao Equador.

A antiga capital econômica da Síria figura desde 2012 como reduto dos rebeldes que controlam o leste, enquanto os bairros do oeste se encontram nas mãos do regime de Damasco.

A guerra na Síria, iniciada em março de 2011, deixou mais de 260 mil mortos, 13 milhões de deslocados internos e 4,6 milhões de refugiados, a maioria acolhidos nos países vizinhos, de acordo com dados das Nações Unidas.