Matérias - 04/04/2016 | 08h31m
Educação a distância ainda gera desconfiança
BrasÃlia
O ensino superior a distância ainda não tem a confiança de grande parte dos potenciais estudantes. Um levantamento feito pelo Instituto Data Popular revela que 93% dos jovens com menos de 24 anos e 79% dos que têm mais de 24 anos não querem fazer cursos a distância, nem semipresenciais. Eles desconfiam da qualidade da formação e têm medo do curso não ser valorizado pelo mercado de trabalho.
Encomendado pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), o levantamento mostra que as instituições terão que fazer algumas adequações para atrair mais estudantes. “É preciso mudar a oferta de EaD (educação a distância) e é necessária uma mudança de imagemâ€, disse o diretor executivo do sindicato, Rodrigo Capelato.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a educação a distância vem registrando crescimento de 18% ao ano em número de matrÃculas. O último Censo da Educação Superior, de 2014, mostra que 1,2 milhão de matrÃculas na modalidade à distância, o equivalente a 90% dos cursos de EaD, são em instituições privadas.
Neste ano, o MEC homologou uma nova resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) com diretrizes e normas para educação superior a distância. Em até quatro meses, a modalidade deverá ter uma nova avaliação e novos parâmetros de qualidade.
Menos da metade quer fazer faculdade - O levantamento tem como foco integrantes de famÃlias com renda média de R$ 1.806,57 e R$ 3.463,03, ou seja, a chamada nova classe média. O estudo mostra ainda que pouco menos da metade daqueles com ensino médio completo, 47%, deseja fazer uma faculdade. Grande parte cursou o ensino médio apenas em escola pública (82%) e trabalha (66%).
A maioria dos potenciais universitários não considera as instituições públicas de ensino superior acessÃveis. Embora considerem os estudos importantes, eles citam entre os motivos para não cursar o ensino superior o medo de perder o emprego e de não conseguir pagar a faculdade. Na hora de escolher um curso superior, o que pesa principalmente é a qualidade - 87% daqueles com menos de 24 anos e 77%, com mais de 24 anos destacam a qualidade como fator principal na escolha.
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é visto como a saÃda para maioria dos entrevistados (54%). No entanto, as mudanças feitas desde o ano passado e as restrições à obtenção do financiamento assustam os potenciais universitários. A pesquisa mostra que 55% têm seu plano de ingresso na faculdade prejudicado pelas mudanças no programa.
O Semesp representa 383 mantenedoras e 538 instituições de
ensino em mais de 140 cidades do estado de São Paulo. O objetivo do estudo é
conhecer os potenciais estudantes e melhorar a oferta de cursos. Numa sondagem
realizada pelo Semesp, no perÃodo de