Matérias - 18/04/2016 | 06h50m
Instalações olímpicas terão energia ligada em maio
Rio de Janeiro
Até o fim de maio, todas instalações que farão parte dos Jogos OlÃmpicos e ParalÃmpicos de 2016 estarão com os projetos de energia concluÃdos. A previsão é do presidente da Autoridade Pública OlÃmpica (APO), Marcelo Pedroso.
Atualmente, as instalações funcionam com sistema temporário de energia. De acordo com Pedroso, o aparato operacional de eventos como os jogos é desafiador para qualquer paÃs, e o abastecimento de energia nas instalações é um dos pontos mais importantes.
“Quando a gente fala de energia, não está falando apenas da luz para o expectador. A gente está falando da transmissão de televisão. Imagina um atleta que baterá um recorde, dá um pico de luz e a gente perde a contagem do tempo dele. Imagine o impacto que isso tem para competiçãoâ€, acrescentou.
O abastecimento será garantido por duas fontes de alimentação distintas, além da rede de geradores para garantir o abastecimento caso haja falha nas outras.
Nos projetos de energia temporária, com geradores para atender todos núcleos de instalações, o governo federal assumiu o da Barra da Tijuca com custos de R$ 290 milhões.
O de Copacabana, do Maracanã e de Deodoro ficaram sob a responsabilidade do governo do estado, com limite de isenção de impostos aprovado na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), em R$ 85 milhões. O Comitê Organizador Rio 2016 banca o restante para alcançar o custo de R$ 104 milhões.
A situação polÃtica e financeira do paÃs não foi empecilho para o andamento da organização. Segundo Pedroso, as principais ações, que dependiam de definição dos governos federal, estadual e municipal, sobre os pontos de prestação de serviço público e de demandas do COI foram tomadas no inÃcio do processo e agora ocorrem apenas decisões menores que se referem à s fases finais da operação.
“Não avalio que haja um impacto que prejudique esta reta final da preparação. O que a gente tem agora de participação dos governos, as decisões estão tomadas. É operacionalâ€, afirmou.
Desafios
O presidente da APO apontou a construção do velódromo como um dos maiores desafios da preparação dos jogos, tanto pela complexidade das caracterÃsticas do projeto quanto pela substituição da empresa responsável, que, por falta de capacidade e por estar em processo extrajudicial, precisou contratar uma outra para montar a pista.
“O projeto em si, por ser uma pista muito especÃfica, é um trabalho artesanal essa pista de madeira. Ela é muito sensÃvel à temperatura e umidade. Então, o próprio velódromo é uma obra complexa.â€
Outra dificuldade, de acordo com Pedroso foi desenvolver obras exclusivas, dentro do prazo, que permitissem equilibrar bem o nÃvel de exigências sem construir instalações faraônicas que ficassem inutilizadas depois.
“O objetivo era transformar a motivação de realizar a OlimpÃada em algo que permitisse que a cidade dar um salto de qualidade, não enxergando os Jogos como solução para todos problemas, mas permitindo a cidade avançar no seu desenvolvimento e gerar novas oportunidades de desenvolvimento futuro.â€
Para Pedroso, nos Jogos de 2016 as obras de mobilidade resgataram projetos que aguardavam desenvolvimento há mais de 50 anos, como a recuperação da região portuária.
“Se considerar o conceito de antecipação ou ampliação de polÃtica pública, várias das iniciativas que estão sendo feitas não são antecipação. São resgates de polÃticas públicas traçadas na década de
BaÃa de Guanabara
Pedroso reconheceu que a despoluição da BaÃa de Guanabara ficou aquém do esperado. Segundo ele, a despoluição depende de vários fatores, como o compromisso de vários municÃpios do entorno, com o tratamento de esgotos, a educação ambiental e a gestão do lixo proveniente das diversas regiões, com a ampliação da rede de coleta de tratamento. Ele acrescentou que existe um legado que não se pode desperdiçar.
“Um elemento que seria muito importante é pactuar com a sociedade um projeto de médio e longo prazos para dar continuidade à despoluição da Baia de Guanabara.â€
Por outro lado, o término do lixão de Gramacho, na Baixada Fluminense, foi um fato positivo.
“Houve avanços sim, mas não é o ideal. O legado não pode acabar na OlimpÃada tem que continuar a ser construÃdo permanentementeâ€, completou.
Parque OlÃmpico
Após os jogos, a área do Parque OlÃmpico se transformará em centro de treinamento para atletas de todo paÃs. Pedroso informou que parte da manutenção caberá à prefeitura, mas terá ainda investimentos do Ministério do Esporte, interessado na formação de atletas.
“Há instalações de nÃvel olÃmpico internacional que permitem que os atletas brasileiros tenham o Rio de Janeiro como opção, para os de ponta, de alto rendimento, não pensarem apenas fora do Brasil.â€
Matriz de responsabilidades
Pedroso disse também que nos Jogos Pan-Americanos do Rio um dos maiores problemas foi a ausência de uma matriz de responsabilidades, que definisse quem seria responsável pelos projetos e pela entrega deles.
Para o presidente, essa questão foi resolvida nos Jogos de 2016.
“Foi uma discussão grande, mas havia também interesse de todos entes de que houvesse uma clareza sobre a responsabilidade de quem em cada projeto, seja pelo financiamento, seja responsabilidade pela execução das obras e dos serviços. Em termo de gestão conjunta, a matriz é uma evolução importante e um aprendizado de experiências anteriores.â€