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Matérias - 16/05/2016 | 06h49m

Ceará tem alta infestação por Aedes aegypti

Ceará

Dos 82 municípios do Ceará que fizeram o Levantamento Rápido de Índice de Infestação para Aedes aegypti no primeiro trimestre de 2016, 26 deles apresentam risco de surto de doenças transmitidas pelo mosquito transmissor da dengue, chikungunya e Zika vírus.

O risco de surto é quantificado a partir do Índice de Infestação Predial (IPP), que relaciona o número de imóveis com infestação do mosquito com o total de imóveis pesquisados.

Cidades com IPP acima de 4% são consideradas de alto risco. O topo da lista de municípios nessa situação é encabeçada por Canindé, no Norte do estado, com IPP de 16%, seguido por Quixeramobim, no Sertão Central, com 15,2%, e Caridade, também no Norte, com 13,3%. A informação foi divulgada pela Secretaria da Saúde do Estado.

Segundo a assessora técnica do Núcleo de Controle de Vetores da Secretaria da Saúde, Richristi Gonçalves, o alto índice de infestação dos 26 municípios não significa que essas cidades têm muitos casos de dengue, chikungunya e Zika.

“Não há uma relação direta entre um fator e outro. Porém, a alta infestação é um indicativo de risco. O fato de haver índices elevados faz com que a gente redirecione as ações de combate ao mosquito. Elas precisam ocorrer de forma mais intensa agora”.

O levantamento do primeiro semestre de 2016 também revela que metade dos focos de Aedes aegypti são encontrados em reservatórios localizados ao nível do solo, como barris, poços, tanques e tinas. A assessora técnica disse que esse dado tem relação com famílias que armazenam água em casa para uso diário.

“Isso acontece principalmente em municípios onde o abastecimento é irregular e mesmo onde não há essa irregularidade, pois as pessoas têm o temor de que falte água. A cultura de armazenar água não é o problema. A questão é ter esse depósito desprotegido, facilitando a entrada do mosquito para pôr seus ovos.”

O levantamento é recomendado para cidades com mais de 2 mil imóveis em suas zonas urbanas e com periodicidade trimestral.