Segunda-feira, 25 de agosto de 2025 | 20:28

Matérias - 20/05/2016 | 08h41m

Pinheiral realiza Fórum contra abuso sexual

Pinheiral

“Há 43 anos, a menina Araceli Cabrera Sanches Crespo era assassinada em Vitória, Espírito Santo, num dos mais brutais crimes da história do Brasil. O corpo, desfigurado e com marcas de tortura e abuso sexual, foi encontrado quase uma semana depois e a data da sua morte tornou-se o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, através de lei sancionada pelo Congresso Nacional em 2000”.

A triste história da menina, que estava próxima de completar nove anos, foi lembrada na abertura do I Fórum do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes que aconteceu no Centro Municipal de Ensino Roberto Silveira.

Discutir políticas públicas que garantam a segurança dos jovens foi o principal objetivo do evento realizado pelo Conselho Tutelar e pela secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, contou com a presença de alunos da instituição, profissionais da Educação, assistentes sociais, psicólogos, autoridades e representantes da sociedade civil.


A ex-conselheira tutelar do município de Magé, professora e coordenadora da ONG Movimento Nacional da Infância e Juventude, Bia Nunes, palestrou sobre o tema: “Exploração e Violência Sexual: uma maldade que deixa barreiras, sequelas e dores!”.

No tópico, Bia frisou pontos sobre como combater, o que se tem feito, os mecanismos de atendimento eficazes pela saúde pública e o fluxo de atendimento no município. A professora ainda enumerou algumas das diversas apresentações de violações como exploração sexual, pornografia infantil, turismo sexual infantil, violência sexual e violência intra e extrafamiliar.
“O debate e a mobilização é a ferramenta principal para execução das políticas públicas necessárias para o bom e eficaz funcionamento da rede de proteção à criança e adolescente”, ressaltou.

A coordenadora do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), Tatiana Curti, lembrou que, além do núcleo, o município conta com o Conselho Tutelar e o Disque 100, que compõem a rede de atendimento na violação desses direitos.
“Se a rede não caminhar junto, o trabalho não funciona. Hoje estamos realizando o primeiro fórum, organizando outros, mas o trabalho de mobilização e conscientização vem há anos se consolidando no município”. Tatiana informou ainda que, de 2014 a 2015, foram cerca de 15 crianças atendidas por violência sexual pelo CREAS. “Felizmente, este número vem caindo consideravelmente. Estamos a todo momento buscando assessorar nossas dificuldades. Dentro da nossa equipe técnica, temos psicólogos e assistentes sociais se capacitando cada vez mais, dentro de um trabalho totalmente sistematizado e monitorado”, acrescentou.

Ao final do evento, os participantes puderam participar de debate com perguntas e respostas.

O Fórum contou com a presença dos cinco conselheiros tutelares do município; da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Dulcinéia Souza; e do delegado da 101ª DP, Renato Soares.