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Matérias - 08/07/2016 | 10h40m

Casos de caxumba aumentam durante o inverno

São Paulo

O crescimento de casos de caxumba é comum nas estações mais frias do ano. Segundo dados divulgados pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretária Estadual de Saúde, o número de surtos de caxumba registrados no estado de São Paulo neste ano é o maior desde 2008. Até dia 16 de junho, quando foi publicado o último levantamento, foram contabilizados 842 casos. Durante todo ano de 2008, a soma de registros foi de 3.394.


De acordo com a infectologista, Ligia Pierrotti, o clima do inverno facilita a propagação do vírus.

“A queda das temperaturas faz com que as pessoas fiquem mais tempo em salas, escritórios e casas fechadas, o que facilita a transmissão do vírus - ainda mais em locais com aglomeração de pessoas, como no transporte público”, disse.

A médica, no entanto, alerta que o crescimento dos casos se deve ao grande número de pessoas que não se vacinaram e que, por isso, estão suscetíveis à doença.

“As pessoas que não foram imunizadas devem tomar a vacina, principalmente se tiverem contato com alguém que está com caxumba. Isso ajuda evitar que novos casos apareçam”, afirmou.

Segundo o Ministério da Saúde, falta reforço na vacinação da caxumba: a maioria dos jovens e adultos dessa geração recebeu apenas uma das duas doses indicadas. Ainda de acordo com o órgão, o perfil dos infectados também mudou. Agora a doença atinge adolescentes e adultos ao invés de crianças e bebês. 

Em março deste ano, a estudante Larissa Guiselini, de 23 anos, teve caxumba, que se manifestou do lado direto de seu rosto. Ela conta que nenhum parente ou amigo próximo estava com a doença.
“Tomei a vacina quando criança e minha recuperação foi rápida - fiquei exatamente uma semana de repouso em casa. Além disso, não sofri muito com os sintomas: além do inchaço, só senti um pouco de dor. Não tive febre, como é bastante comum”, disse Larissa.

 

Sintomas

O sintoma mais comum de caxumba é a inflamação da glândula parótida e de outras glândulas salivares que foram infectadas, que vem acompanhado de dores de inchaço - aspecto aumentado da região do pescoço. Além disso, dores musculares e ao engolir, febre e mal-estar podem ser indícios da doença.

 

Prevenção e cuidados

A única e eficaz forma de prevenção da caxumba é a vacina (aplicada em duas doses), que faz parte do Calendário Básico de Vacinação. Em geral, está associada às vacinas contra sarampo e rubéola (Vacina Tríplice Viral), mas também pode ser aplicada isoladamente.

Na rotina do Programa Nacional de Imunização (PNI) para vacinação infantil, a primeira dose da vacina deve ser tomada aos 12 meses de idade e a segunda aos 15 meses - quando é utilizada a vacina combinada à quádrupla viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).

Para crianças, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI) recomendam a primeira dose aos 12 meses e a segunda entre um ano e três meses e dois anos de idade. Crianças mais velhas, adolescentes e adultos que não foram imunizados também devem tomar as duas doses da vacina - com intervalo de um a dois meses.

De acordo com a infectologista, as pessoas que contraíram o vírus da caxumba devem ficar afastadas do ambiente de trabalho ou escolar para evitar contato pessoal e a propagação da doença. “O período de repouso deve ser de 7 a 15 dias, até os sintomas desaparecerem totalmente”, disse Pierrotti.