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Matérias - 19/08/2016 | 10h21m

Trabalhadores da Mercedes bloqueiam Via Anchieta

São Bernardo do Campo

Trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, fizeram ato quinta-feira, 18, em defesa de seus empregos, que bloqueou parcialmente a Via Anchieta, no sentido litoral. Segundo a organização, 5 mil trabalhadores participaram da manifestação.

Os manifestantes bloquearam a rodovia, próximo à fábrica da Mercedes, entre as 10h e 10h40min. Antes, eles caminharam pelas ruas da cidade, dialogando com a população e o comércio, que podem ser indiretamente prejudicados por uma possível demissão em massa.


A fábrica suspendeu por tempo indeterminado a produção de caminhões e ônibus, na fábrica onde trabalham cerca de 9 mil pessoas. Esses funcionários estão em licença remunerada, mas a empresa anunciou que existe um excedente de 2 mil empregados.


Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, alguns trabalhadores começaram a receber telegramas, desde domingo, 14, avisando  sobre o desligamento, mas ainda não há um número estimado de demitidos.

“O pessoal aqui está sendo solidário na luta, porque se um colega é demitido, quem acaba assumindo o trabalho dele é quem fica”, disse o coordenador do Comitê Sindical dos Trabalhadores da Mercedes-Benz, Max Pinho.


De acordo com ele, representantes do sindicato se reuniram quarta-feira, 17, com a direção da empresa.

“Dessa vez, ela alegou que não tem autorização da matriz na Alemanha para negociar com o sindicato. Então, a gente aprovou com os trabalhadores continuar a luta e fazer essa caminhada”, disse Max.


O coordenador garantiu que o sindicato e os trabalhadores continuarão mobilizados durante esta semana, realizando atos diariamente para abrir a negociação com a empresa.


Em nota, a Mercedes-Benz informou que desde segunda-feira, 15, está concedendo licença remunerada a todos colaboradores da fábrica de São Bernardo do Campo, com exceção daqueles que exercem atividades essenciais. A medida está sendo adotada em razão da drástica redução de vendas de veículos nos últimos anos, o que provocou um excedente de mais de 2,5 mil pessoas na unidade.


A empresa lembra que, desde 2014, vem adotando diversas medidas de flexibilidade e gestão de mão de obra para gerenciar o excedente de pessoal.

"Além do Programa de Proteção ao Emprego, com estabilidade por um ano na unidade, também oferecemos lay-offs, folgas e licenças remuneradas, e diversos PDVs - programas com bons incentivos para desligamentos voluntários. O último PDV, no período de 1º de junho a 25 de julho, teve a adesão de cerca de 630 pessoas."


A Mercedes-Benz diz ainda, na nota, que diante de um cenário que tem se agravado cada vez mais, não tem outra alternativa a não ser a redução do quadro de pessoal da fábrica e acrescenta que continua em negociação com o Sindicato dos Trabalhadores para discutir o tema.