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Matérias - 06/02/2017 | 06h40m

Le Pen lança campanha presidencial na França

França
A líder do partido de extrema-direita da França, Marine Le Pen, deu início a sua campanha presidencial com esperanças de que suas promessas de proteger os eleitores da globalização melhorem suas chances num momento de turbilhão político na França.

Pesquisas de opinião mostram que a filha de 48 anos do fundador da Frente Nacional (FN), Jean-Marie Le Pen, lideraria o primeiro turno, marcado para 23 de abril, mas perderia no segundo, em 7 de maio, para um dos outros principais candidatos.

Mas na mais imprevisível eleição francesa em décadas a FN espera que um comício de dois dias em Lyon, onde Le Pen destrinchará sua plataforma de campanha, ajudará a convencer os eleitores.

"O objetivo do programa é acima de tudo, devolver a liberdade para França e dar voz ao povo", disse Le Pen, na introdução do seu manifesto.

Em 144 "compromissos", Le Pen propôs sair da zona do euro, taxar contratos de emprego de estrangeiros, diminuir a idade de aposentadoria e aumentar vários benefícios sociais, além de diminuir impostos para pequenas empresas e o imposto de renda.

O manifesto também prevê que alguns direitos, atualmente disponíveis para todos habitantes, como educação gratuita sejam reservados apenas a cidadãos franceses e fala na contratação de 15 mil policiais, construção de mais prisões, contenção da imigração e o abandono do comando integrado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

UNIÃO EUROPEIA
Impulsionada pela inesperada votação do ano passado em que o Reino Unido decidiu deixar a União Europeia e pela eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, a FN espera surfar na mesma onda populista para obter a vitória.

"Disseram que Donald Trump nunca venceria nos Estados Unidos, contra a mídia, contra o establishment, mas ele venceu. Disseram a nós que Marine Le Pen não venceria a eleição presidencial, mas, em 7 de maio, ela vencerá", disse Jean-Lin Lacapelle, membro de alto escalão da FN, a vários integrantes do seu partido.

Uma vez eleita, Le Pen disse que buscaria imediatamente revisar o conceito de União Europeia de forma a reduzi-la a uma enfraquecida cooperação entre nações, sem uma moeda comum e zonas de livre circulação de pessoas. Se, como é provável, os parceiros franceses da UE não aceitarem isso, ela convocaria um referendo para sair da UE.