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Matérias - 06/06/2018 | 10h02m

Irã ameaça retomar programa nuclear

Teerã
O Irã está disposto a retomar seu programa nuclear e aumentar sua capacidade de enriquecer urânio. O líder do país, Ayatollah Khamenei, disse que está preparado para retomar as atividades, caso o acordo nuclear de 2015 falhe. No início do mês passado, o presidente americano Donald Trump anunciou a saída do acordo. Desde então, líderes europeus se esforçam para mantê-lo.

Khamenei impôs condições aos países europeus para que o acordo siga valendo. Entre elas, está a obrigatoriedade dos europeus protegerem as vendas de petróleo iraniano das sanções dos Estados Unidos e comprarem petróleo iraniano; bancos europeus devem proteger o comércio com o Irã; Reino Unido, França e Alemanha devem se comprometer a não buscar negociações sobre o programa de mísseis balísticos do Irã, exigidas pelos americanos.

O líder supremo do Irã afirmou que se Reino Unido, França e Alemanha não puderem atender às demandas, o país irá retomar sua capacidade de produzir hexafluoreto de urânio, um ingrediente chave para o enriquecimento.

De acordo com a agência de notícias britânica BBC, o Irã pode comunicar sua decisão à agência nuclear das Nações Unidas (Agência Internacional de Energia Atômica - Aiea).

Behrouz Kamalvandi, porta-voz da agência nuclear iraniana, afirmou que o país deve entregar uma carta à agência nuclear da ONU, em Viena, informando sobre a decisão.

Apesar da forte pressão sobre os europeus, nem o próprio Khamanei parece convencido de que a Europa conseguirá cumprir as exigências. O receio de uma escalada da violência na região e o desencadeamento de uma possível guerra preocupam especialistas em todo mundo.