Volta Redonda

O diretor do Zoológico, o biólogo Jadiel Teixeira, tem muito a comemorar: um casal de emus, considerado a segunda maior ave do planeta, perdendo somente para o avestruz australiano, reproduziu cinco filhotes em cativeiro que estão fazendo companhia aos outros cinco adultos no recinto de exposição.

“É motivo de comemoração ter essa reprodução em cativeiro porque eles conseguiram se adaptar, achar condições favoráveis para reprodução, o último estágio para sobrevivência. Muitas vezes os animais, as aves, cruzam e não conseguem esse ambiente favorável à reprodução. Isto depende de alimentação correta, espaço adequado e boas condições para esse resultado”, disse Jadiel.

O nascimento dos filhotes de emu faz parte de um trabalho de incentivo à reprodução dos animais, criando condições para que novos acasalamentos e formação de ninhadas aconteçam.
 

Jadiel lembrou que os emus foram trazidos ao Zôo pelo Ibama (Instituo Brasileiro do Meio Ambiente), que os resgatou de maus tratos que sofriam de antigos proprietários, com as aves ganhando um tratamento adequado para espécie, com alimentação e recintos preparados.

“Eles são alimentados na parte da manhã com ração balanceada, concentrada, que é servida para avestruzes. São usadas também verduras folhosas na alimentação, como couve e chicória”, explicou.

O também biólogo Luiz Eduardo de Souza da Silva Irineu, que faz parte da equipe do Zoológico, garante que poucos zôos têm essa espécie no País, mas que ela não está entre os animais ameaçados de extinção.

“Os ovos foram chocados num período de muita chuva e calor, então tivemos que recolher alguns desses ovos para uma proteção no setor de biologia. Outros ovos foram escondidos no ninho junto ao muro pelo casal. Todos nasceram,  cerca de 8 ovos, mas três filhotes não conseguiram sobreviver. Hoje temos cinco filhotes vivendo com cinco adultos e todos estão em exposição no recinto com os pais”, informou.

Na época de acasalamento, o emu pode colocar de 7 a 13 ovos, mas é o macho que cuida dos ovos, chocando-os, em média, por 56 dias até o nascimento dos filhotes. Os ovos são grandes, de cores verde escuro e de casca grossa, parecido com um abacate.

Para favorecer a reprodução de outras aves, no recinto das araras, por exemplo, foram colocadas várias caixas com duas entradas e ainda bambus mais grossos, que ganharam buracos entre os seus gomos, que podem virar locais de ninhos para as aves reproduzirem.

“Esta é uma forma de incentivar a reprodução porque os pássaros têm que se sentir seguros, bem adaptados ao espaço criado, com alimento suficiente para ampliar a sua prole. Embora não tenhamos um programa exclusivo voltado para reprodução, agimos com medidas para incentivo a esta reprodução no cativeiro, gerando situações de segurança para essas aves”, comparou o biólogo Luiz Eduardo.
 

“O emu é tratado como um animal doméstico hoje, de origem australiana, cresce como a ema brasileira. Pode se alimentar de um pouco de frutas, verduras, ração e pequenos insetos e moluscos”, disse o biólogo.

É uma ave dócil, mansa, curiosa e que convive pacificamente com outras espécies, atinge de 1,40 a 1,80 metros de altura, podendo pesar de 55kg a 60kg. É um corredor de primeira e dotado de longas pernas pode atingir a velocidade de 50 quilômetros por hora para se livrar de um predador. Prefere habitar áreas menos povoadas, mas não gosta de deserto e evita entrar em florestas densas que o impeçam de correr. Na Austrália, a espécie se reproduziu tanto que chegou a ser caçada e abatida pelo governo nos anos 30, porque destruía as plantações, mas hoje é considerada a ave nacional do país, sendo protegida.

ZÔO - O Zoológico conta atualmente com cerca de 400 animais de 115 espécies, majoritariamente da fauna silvestre brasileira, do bioma Mata Atlântica. É o único zoológico público no interior do Estado do Rio reconhecido pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), dono da maior área verde pública do município e tem como atrações animais selvagens - como leão, onça parda, tigre, macacos - além de aves exóticas e outros bichos.

O Zôo é um dos mais tradicionais espaços de lazer da cidade, chegando a receber 5 mil visitantes por final de semana.