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Matérias - 28/04/2016 | 08h10m

Cultuar abre exposição da Festa do Divino

Angra dos Reis

A Fundação de Cultura de Angra dos Reis (Cultuar) abriu a exposição “O pombo e o divino”, que conta a história da Festa do Divino no Convento São Bernardino de Sena. A mostra, aberta ao público, ficará até 20 de maio, de terça-feira a domingo (de 9 às 12 e de 14 às 17hs).

“Basicamente, a exposição tem textos e alguns objetos que informam sobre a tradicional Festa do Divino no município”, disse o motivador cultural da Cultuar, Alonso de Oliveira.

A exposição possui painéis com textos sobre partes da festa: as danças dos Velhos, dos Lanceiros, das Jardineiras e dos Marujos, entre outras. Também estão expostos cinco oratórios, pertencentes ao acervo do Museu de Arte Sacra de Angra. Os visitantes também podem conferir exemplares de jornais do século XIX e dos anos 50, 60 e 70 do século XX.

Outros objetos que compõem a Festa do Divino podem ser conhecidos, como a Bandeira Santa e a Bandeira Esmolar (usada para visitas às casas para angariar fundos para festa) e a tribuna de pregação, feita em madeira (usada sempre depois das procissões).

A Festa do Divino, organizada e realizada pela Cultuar, acontecerá de 6 a 13 de maio, na Igreja Matriz. Ela é uma das mais antigas do país e conta com algumas danças folclóricas:


DANÇA DOS VELHOS

Os Velhos representam os antigos escravos da terra que homenageiam o Menino Imperador com seus movimentos simples e alegres (semelhantes às quadrilhas juninas). Vestem-se com roupas confeccionadas em tecido barato, enfeitadas com renda, e usam máscaras de papelão preto para não serem reconhecidos. Os Velhos dançam com castanholas e batendo os pés.

 

DANÇA DOS LANCEIROS

Os Lanceiros representam o corpo de guarda do Menino Imperador. A Dança dos Lanceiros estava esquecida há muitos anos, quando, em 1976, foi revivida de forma incompleta e depois novamente esquecida. No ano de 1986 foi recuperada a Valsa dos Lanceiros.

 

DANÇA DAS JARDINEIRAS

A Festa do Divino foi trazida ao município por imigrantes portugueses vindos das Ilhas dos Açores. As Jardineiras representam as vendedoras de flores, comuns naquela região. A dança é executada por um grupo de moças, metade vestida de jardineiras e metade vestida de jardineiros, trazendo nas mãos um arco florido.

 

DANÇA DOS MARUJOS

Os Marujos representam os marinheiros da esquadra portuguesa que, segundo a lenda, tripulavam a barca que trazia o Menino Imperador. Vestidos com suas fardas, os Marujos dançam ao som de marchas e dobrados, evoluindo e formando diversos desenhos. No interior da barquinha, que é carregada enquanto os marujos cantam a Barcarola, está o menino caracterizado de comandante. A barquinha, no final da dança, é bombardeada por um canhão (fogos de artifício). Atualmente, nas festas de Angra, a explicação para presença da barca nos festejos é de que ela representa o bem que sempre vence e o canhão, o mal. Mas dizem que antigamente também existia outra versão que está ligada à lenda de Zamzibã, segundo a qual os Marujos, após terem descoberto a farsa do Menino Imperador, resolveram destruir a barca que o trouxera.


Fotos: SSC/PMAR