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Matérias - 10/06/2016 | 08h39m

Núcleo de Hemoterapia participa do Junho Vermelho

Volta Redonda

Terça-feira, 14, comemora-se o Dia Mundial do Doador de Sangue. Para celebrar a data, o Núcleo de Hemoterapia, que funciona no Hospital São João Batista, participa da campanha mundial Junho Vermelho, visando reforçar o estoque do banco de sangue, devido ao mês ser um período de baixo número de doadores, conforme explicou a coordenadora do Núcleo de Hemoterapia, Cristina Guimarães do Nascimento.

“Junho é justamente o período quando ocorrem as alterações bruscas na temperatura, então acaba acontecendo uma diminuição no número de doadores, por conta dos resfriados e das gripes. O objetivo é exatamente reforçar nosso estoque, porque a gente tem, além da queda da temperatura de junho, as férias escolares de julho logo em seguida e as pessoas querem viajar. Esses fatores reduzem em cerca de 30% o número de doadores. Esperamos que, intensificando essa campanha, a gente aumente o estoque e que fique com folga, pois a demanda é muito alta e sempre crescente”.

De janeiro a maio de 2016, foram coletadas 2.406 bolsas de sangue e realizadas 2.007 transfusões no Núcleo de Hemoterapia, que recebe, diariamente, entre 20 e 25 doadores.


Inaugurado no dia 4 de dezembro de 2009, o Núcleo de Hemoterapia atende a seis instituições: o próprio Hospital São João Batista; o Hospital Municipal Munir Rafful (Hospital do Retiro); pacientes do programa do Ministério da Saúde/UNACON (tratamento do Câncer realizado pelo SUS no HINJA); Hospital Municipal de Pinheiral; Agência Transfusional do Hospital Municipal de Piraí; Hospital Municipal de Rio Claro.

Entre os doadores, 65% são homens e 35% mulheres, com idades que variam de 18 a 49 anos. “Apesar da maioria ser adulto, temos uma taxa de 5% de menores de idade que doam sangue aqui e com repetição”, disse Cristina, explicando que a maioria dos consumidores é de pacientes com problemas ortopédicos e os da oncologia.

“Nosso maior cliente, a maior instituição que utiliza sangue é o Hospital São João Batista, porque é o de grande porte, tem as cirurgias de maior complexidade. Todos acidentados vêm para cá, a gente tem uma grande utilização, principalmente com os pacientes da ortopedia, por causa do atendimento politrauma, além dos pacientes da oncologia, porque a quimioterapia, em algum momento, acaba exigindo que você reponha glóbulos vermelhos ao paciente”, informou a coordenadora.

 

PROCESSO - Em relação ao processo que o sangue passa no Núcleo de Hemoterapia, Cristina explicou uma bolsa sangue coletada é o sangue total e dele, conforme protocolos, normas e rotinas, pode-se obter até três componentes diferentes e com três indicações diferentes.

“Por exemplo, uma bolsa coletada pode dar origem a um concentrado de hemácias que vai para um paciente com anemia. Outro exemplo é um concentrado de plaquetas, que vai para um paciente com um distúrbio de coagulação, um exemplo claro: um hemofílico, um paciente com dengue hemorrágica, daí o concentrado de plaquetas. Cada bolsa coletada tem validade de cinco dias. E uma pessoa de 70 quilos, por exemplo, para ser transfundida com concentrado de plaquetas, vai precisar de sete bolsas. Porque é uma unidade para cada 10 quilos de peso. Então, preciso de sete doadores e é uma validade curta. Outra questão é o plasma fresco, que por ser congelado dentro de uma temperatura de 86º negativos em até oito horas, tem uma validade de até um ano. Ele só é descongelado no momento da utilização”, detalhou Cristina.

De acordo com a coordenadora, no Núcleo de Hemoterapia são coletadas amostras em pequenos tubos específicos, nos quais são verificados grupo sanguíneo e fator RH. “A gente coleta amostras que serão submetidas a exames sorológicos, a vários testes: AIDS, sífilis, hepatite, doença de chagas, HTLV (Vírus linfotrópico da célula humana) e mais o NAT (Teste de Ácido Nucleico). Todo sangue só vai para bancada de liberação depois que ele tiver todos esses resultados negativos."

 

DOAÇÃO - Quem quiser fazer doação de sangue, Cristina Guimarães explica que o candidato a doador deve estar bem de saúde, com no mínimo 50 quilos, ter entre 16 e 69 anos de idade, sendo que o menor de idade tem que possuir um termo autorizado - que pode ser pego na recepção do núcleo - pelo seu responsável legal e no dia tem que trazer esse documento e a identidade. Ainda segundo ela, o possível doador deve ter dormido bem e não precisa estar em jejum, mas alerta para que evite alimentos gordurosos até duas horas antes da doação, para que os exames preliminares não sejam prejudicados.

“Para ser doador, a pessoa tem que ter primeiro a boa vontade de fazer a doação, ter consciência que aquilo é um ato de amor, é voluntário mesmo. Quando o indivíduo chega à nossa recepção para se candidatar ao processo, ele preencherá um questionário. Após o preenchimento, ele passará por uma avaliação de uma triagem clínica e hematológica e nessa avaliação a gente verifica se ele tem condições de doar, se não trará nenhum transtorno à saúde dele, para que possa ser um doador naquele momento”, concluiu.


Foto: ACS/PMVR