Matérias - 20/06/2016 | 06h20m
Banco de Olhos precisa de doadores
Volta Redonda
O Banco de Tecido Ocular Pedro Sélmo Thiesen - no Hospital São João Batista - está precisando de doadores que, em sua maioria, vem de hospitais da Região Metropolitana do Estado do Rio, devido ao maior número de pacientes dessas unidades, segundo a coordenadora do Banco de Olhos, Michele Antoniol Gama. Ela explicou que a maior dificuldade é criar a cultura da doação entre os familiares dos doadores.
“Nossa média é de 20 captações por mês. O ideal seria 30, para podermos ter um bom desempenho. Temos muito pouco desse tipo de doação em nossa cultura. Temos que divulgar mais, para os hospitais notificarem mais e as famÃlias estarem preparadas e ter em mente se doará ou não, porque temos muitas famÃlias que dizem “Ah, ele nunca falou sobre issoâ€, essa indecisão atrapalha um pouco o processo. Existe um telefone (0800-0225742) que pode ser contatado pelo celular, qualquer um pode notificar, desde que ocorra o óbitoâ€, ressaltando que não existe nenhum documento ou registro judicial feito em vida que garanta a doação e somente a famÃlia pode autorizar a captação dos órgãos, mesmo que exista a vontade expressa do doador em vidaâ€.
Michele informou que o Banco de Olhos de Volta Redonda e o do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) são os únicos públicos no estado, mas a unidade do Hospital São João Batista é a que mais fornece córneas para transplante.
“As córneas chegam, são avaliadas, processadas e são liberadas para transplante, mas nem todas são selecionadas para transplante. Temos uma média de cerca de 200 transplantes por ano, com uma fila de espera de receptores. A pessoa faz a inscrição no Rio Transplante (órgão regulador no Estado do Rio), dependendo da patologia e recebe um número de inscrição. Só que uma pessoa pode entrar na frente de outra nessa fila, devido ao grau de urgênciaâ€, explicou a coordenadora.
ESTRUTURA - O Banco de Tecido Ocular no Hospital São João Batista foi implantado em maio de 2010 com equipamentos de ponta para manter a qualidade dos globos oculares captados e das córneas preservadas para transplante. Foram investidos recursos da prefeitura no parque tecnológico na ordem de R$ 231,3 mil, para aquisição dos equipamentos.
“O Banco Olhos em Volta Redonda é o grande responsável pela diminuição da fila de espera para transplante de córneas dos pacientes no Estado do Rio. Representa uma parceria exitosa entre o municÃpio e o Estado e é um grande avanço na prestação de serviços pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e um resgate dos direitos dos usuários na área de transplantesâ€, disse Rosa Lages, diretora do HSJB.
O Banco de Tecido Ocular está equipado com o que há de mais moderno para avaliação e processamento do tecido ocular, contando com equipamentos como microscópio especular, lâmpada de fenda e câmara de fluxo laminar.
DOAÇÃO - A coordenadora Michele Antoniol conta que para ser doador de córneas, o indivÃduo deve ter faixa etária de
“Quem faz a avaliação clÃnica é a equipe do Banco de Olhos, o hospital só notifica a idade e a causa do óbitoâ€, acrescentou Michele, ressaltando que a pessoa tem que avisar em vida à famÃlia, pois é ela quem autoriza.
“A gente entrevista os familiares de 1º a 2º graus, pai, mãe, avós, irmãos e cônjuges. Por exemplo: algumas doenças são contraindicadas, como HIV, sÃfilis, hepatite B, hepatite C, essas são as principais doenças. Mas pessoas que tiveram diabetes e hipertensão podem doar, até mesmo uma pessoa com deficiência visual pode ser um doador de córnea, porque a deficiência visual não está ligada à córnea e sim ao nervo ótico, na maioria dos casos. A gente recebeu um senhor que era deficiente visual e a famÃlia doou e ficou muito satisfeita porque ele proporcionou à outra pessoa a possibilidade de enxergar.â€
Foto: ACS/PMVR
