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Matérias - 10/10/2016 | 07h47m

Grupo Artêros estréia peça Borra de Café

Angra dos Reis
A recente campanha Setembro Amarelo abriu uma discussão para um tema pouco falado: o suicídio. Com objetivo de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção, a campanha tomou uma dimensão que até então, desde seu início, em 2004, não havia ocorrido. Coincidentemente, o Grupo Artêros resolveu falar do tema com o espetáculo “Borra de Café”, que marca a primeira dramaturgia assinada pela atriz Letícia Mendes.

“Borra de Café” poderá ser conferida no sábado, 15, às 20h, e na reapresentação no domingo, 16, às 18h, no Centro Cultural Theóphilo Massad - praça Guarda Marinha Greenhalg s/n- São Bento. Os ingressos estão à venda e custam R$ 10 (meia entrada e antecipado) e R$ 20 (inteira). Classificação: 14 anos.

Nesta montagem, o Grupo Artêros quebra o tabu e fala sobre depressão e suicídio. O texto é bastante poético e busca alinhar à dramaturgia músicas inéditas, poemas, desabafos, simbologias e metáforas para elucidar o universo de “Borra de Café”.

- O espetáculo é um retrato de uma série de temas sociais. É uma peça para instigar, rasgar, incomodar e revirar nossos sentimentos numa intensa troca entre atores e público - detalha o líder do grupo, Ramon Souza, que ainda assina a direção artística da peça.

A história relata o encontro de seis personagens que tentam desesperadamente sair de onde se encontram (emocionalmente falando), para recuperar os fragmentos de afeto que se perderam no caminho da vida. A família, a religiosidade e os sentimentos vão sendo revelados. Mais uma vez, os Artêros encenam, declamam e dançam, num jogo vivo de performance.

Uma das atrizes do elenco, Letícia Mendes, é a escritora da peça. Letícia, que escreve poemas e outras linhas soltas, se aventurou a escrever para o teatro e gostou.
- As doenças da mente têm tomado conta da nossa sociedade, que se encontra a caminho de um colapso emocional. Escrevi o texto numa dessas noites insones, que a gente fica pensando na vida, na morte e como a fragilidade dos sentimentos pode nos confundir. Essa peça não é uma peça de morte, mas uma peça de vida, de um assunto que só aborda quem tá vivo. Eu quis falar de forma contemporânea e lúdica do analfabetismo afetivo que vivemos diariamente. É disso que Borra fala. Vale conferir - indica Letícia.

A composição da trilha sonora é também de Letícia Mendes e os arranjos são assinados por Heron Santos e Humberto Moreira. No elenco estão Bety Leite, 
Camila Braz, Mateus Assis, Gabriele Apolinário, Letícia Mendes e Vitória Lopes.

Foto: SSC/PMAR