Barra Mansa - 07/03/2018 | 05h37m
Barra Mansa lança projeto Cavalheiros pela Paz
Barra Mansa
A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, lança quarta-feira, 7, às 19 horas, o Projeto Cavalheiros pela Paz. O evento será realizado na sede da OAB - BM (Ordem dos Advogados do Brasil), situada na Rua Cristóvão Leal, 65, Centro, e integra a programação do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. A principal atribuição do programa é atuar com homens multiplicadores de informações e ações de combate à violência contra a mulher.
O projeto, segundo a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Ruth Coutinho, visa estimular o debate sobre o papel do homem na prevenção à violência contra a mulher, incentivar a liderança e a participação masculina na discussão do tema e promover debates nos mais diferentes meios de atuação dos Cavalheiros da Paz.
“Inicialmente são cerca de 20 homens que estarão difundindo a importância de uma sociedade de paz nos espaços onde desempenham suas atividades, seja profissional, familiar, religiosa, de lazer e entretenimento”, disse Ruth.
Durante a cerimônia será realizado o ordenamento dos Cavalheiros pela Paz. Entre os participantes do projeto estão membros das Igrejas Católica, Evangélica e Messiânica, além de representantes do UBM, classe médica e outras.
“Todos foram selecionados a partir de seus aspectos de lideranças em comunidade. Diversas palestras de capacitação sobre a questão da violência contra a mulher estão programadas para acontecer mensalmente durante a realização do projeto. Nos encontros será reforçada a necessidade de estabelecer valores igualitários como fator de construção da relação homem x mulher”, detalhou Ruth.
Violência contra a mulher fere a sociedade
A violência contra a mulher é definida, como qualquer ato ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico, tanto na esfera pública como na esfera privada. No Brasil e no mundo, a violência que vitima as mulheres se constitui em sério problema de saúde pública, por ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade feminina, atingindo mulheres de diferentes orientações sexuais, classes sociais, origens, regiões, estados civis, escolaridade ou raças/etnias em relações desiguais de poder. A violência contra a mulher vitimiza a sociedade.
Em 2015 e 2016, o SinanNet (Sistema de Informação de Agravos de Notificação online do Ministério da Saúde) registrou um total de 46.694 casos notificados de violência interpessoal e autoprovocada em todo Estado do Rio de Janeiro, sendo 31.930 do sexo feminino. Em Barra Mansa, durante o ano de 2016, o sistema registrou 357 atendimentos.
Dados do Dossiê Mulher 2017 apontam que em Barra Mansa, mais de 1,3 mil mulheres sofreram algum tipo de violência. Aproximadamente 466 mulheres deram queixa sobre lesão corporal dolosa, 492 sofreram ameaças, 285 foram vítimas de violência moral e houve registro de 18 estupros.
Ainda no ano passado, a 90ª DP registrou 480 casos de violência doméstica para 65 atendimentos realizados no Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). No total, o Creas realizou 234 atendimentos, considerando que alguns casos replicam no diversos tipos de violência (psicológica, verbal, física, sexual, financeira e patrimonial).
A divergência no número de atendimento ocorre porque muitas mulheres fazem o registro na delegacia, no entanto não procuram o órgão especializado para atendimento, acompanhamento e outros encaminhamentos.
“A vítima chega extremamente fragilizada a delegacia para efetuar a denúncia e muitas vezes, acredita que a questão se encerra ali, o que não procede, pois a mulher precisa de atendimento especializado para recompor e retomar a sua vida”, Cristiane Cunha, ressaltando que o Creas funciona de segunda a sexta-feira, de 8 às 17 horas, na Rua Santos Dumont, 126, Centro, ao lado do Ministério do Trabalho.
Foto: CCS/PMBM
