Matérias - 08/04/2020 | 03h14m
Violência contra mulher cresce na quarentena
Itatiaia
“Estamos vivenciando uma situação completamente atípica e difícil”, afirma a secretária de Políticas Publicas para Mulheres de Itatiaia, Luciana Cavallari, acrescentando a informação de que no município o número de violência doméstica cresceu nos últimos tempos e o fator determinante para esse crescimento foi atribuído ao momento de isolamento social que as mulheres vem passando.
- Embora o cenário seja de incertezas, a secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres permanecerá com o seu atendimento no que diz respeito ao amparo e acompanhamento de mulheres vítimas de violência doméstica. O nosso trabalho é essencial para as mulheres, principalmente durante esse período de crise, pela nossa experiência, sabemos que o agressor é, na maioria das vezes, uma pessoa da família ou então muito próxima, razão pela qual, durante essa quarentena, estamos reforçando nosso compromisso em manter a Secretaria funcionando e ajudando essas mulheres - reforçou a secretária da pasta Luciana Cavallari.
A denúncia é muito importante, assim como o apoio, que deve acontecer de forma segura e acima de tudo com proteção. À violência não pode ter espaço, qualquer crime dessa natureza será registrado e o agressor responderá nos termos da Lei Maria da Penha.
- Precisamos ter em mente que embora o momento seja difícil, isso não pode, em hipótese alguma, ser usado como justificativa para agressões, existe uma enorme diferença entre o estresse emocional e a violação de direitos - disse Luciana
Neste momento a casa deveria ser o lugar mais seguro porém, pode se tornar um ambiente hostil e perigoso. Se já existia uma situação de violência, esse momento pode aumentar os índices de violência contra a mulher pois, as mulheres ficam mais expostas ao agressor.
- E são todos os tipos de violência: física, moral, patrimonial, sexual e psicológica - declarou Marilene Natal, Psicóloga da secretaria de Políticas Públicas das Mulheres de Itatiaia - Essa última é capaz de mexer com a percepção da mulher, de suas capacidades, de sua força, o que dificulta a mulher a romper o ciclo da violência. A mulher pode encontrar dificuldades em pedir ajuda que o isolamento requer um distanciamento social, diminuindo ainda mais o seu contato com pessoas que poderiam ajudá-la. Mulher opte por passar esse período em casa de familiares, peça ajuda pelos meios digitais disponíveis, denuncie estamos aqui para ajudá-la - finalizou.
A secretaria das Mulheres disponibiliza um telefone para qualquer emergência, que funcionará em horário comercial pelo número (24) 99827-3077 e importante reforçar o número 180 também atende as demandas de agressão à Mulher.
- Nesse momento, sabemos que as mulheres estão mais suscetíveis a agressão. Queremos que todas as nossas munícipes saibam que a SMPPM continuará com o atendimento jurídico emergencial, que as delegacias do estado do Rio de Janeiro continuarão funcionando 24 horas para receber urgências e emergências, como casos de violência doméstica, agressão, estupro e violência sexual. Nosso apoio e acompanhamento permanecerão ativos - finaliza a advogada, Dra. Gisele Alves, da secretaria das Mulheres que presta assistência às vítimas.
Foto: AECOM/PMI