O cenário político da eleição municipal 2020 encontrou um eleitorado bem diferente dos anos anteriores.

A Avenida Joaquim Leite, principal via da cidade, mostra há dias o quadro bem desanimador. Diversas vezes vereadores em mandato circulam e em nenhuma, eleitor se aproxima ou cumprimenta.

Como não existe divulgação durante o mandato de nomes, partidos nem atividades em prol da população ou de bairro específico, passar sem ser notado é comum e virou rotina de toda hora.

Nas redes sociais há meses, a situação é mais evidente. Nos grupos, quando o assunto é política, as críticas superam os elogios.

Prefeitura e sua folha de pagamento cheia de cargos em comissão mostram a quantidade de verba e a facilidade de sua utilização sem a devida prestação de contas. Tudo muito bem feito e dentro da lei é o que se respira ou se tenta passar para quem ali não frequenta e o pensamento de ficar por lá mais quatro anos é geral.

Na Câmara Municipal, dezenove vereadores também planejam mais quatro anos. Ninguém acredita em “vida” longe da coisa pública tamanho deve ser o cenário de praticidade, poder, status, salário e comodidade.

Enquanto a política vai muito bem para quem dela se sustenta, o cidadão comum e o servidor público vivem totalmente distantes.

Algumas instituições transitam de forma muito singular no trâmite com caminho sempre aberto no corredor com destino aos gabinetes do Executivo e do Legislativo.

Na contramão com larga vantagem, aparecem alguns nomes nas redes sociais, colocando as situações à mostra na internet.

Vídeos, fotos e denúncias são divulgados 24 horas, formando uma consciência no eleitor: desânimo, descrença, desapego da coisa pública, aversão à política, distância de político, péssima expressão da coisa pública e sua administração.

O que esperar do resultado das urnas em 15 de novembro?

Poucos votos válidos e exposição nas redes sociais, dos tradicionais políticos agindo com suas já conhecidas artimanhas, vitimando indefesos na busca do voto para que as facilidades continuem por mais quatro anos.

O eleitor mudou muito e a resposta virá nas urnas.

Eliete Fonseca
Jornalista Profissional
Registro MT 18.902/RJ