Editorial - 21/04/2023 | 07h58m
Barra Mansa e sua política local
Textos de fáceis interpretações envolvem moradores, que nos últimos meses gastam parte do tempo diário a divulgar, nas redes sociais, pontos de vista sobre a política local do município de Barra Mansa, cidade do Sul Fluminense do estado do Rio de Janeiro.
Fotos e vídeos ilustram a precariedade de distritos, bairros e até ruas centrais, tudo na mesma situação há décadas sem investimento público tão pouco valorização do que devia, mas que até o momento e também até o “futuro” ficará do mesmo jeito e com o mesmo perfil.
A resposta está num acompanhamento dos fatos. Pessoas dos mesmos grupos vão ao poder central. A mesma preparação, os mesmos empresários patrocinando, o mesmo grupo dominante, a mesma população sem interesse nenhum em conhecer tais fatos, que são da época dos tataravôs etc e tal, fazendo tudo como antes ficar como no futuro: precariedade para todos e enriquecimento de uns e os seus.
Tudo está excelentemente louvável quando o cidadão fecha seu grau de instrução e dos seus para a classe dominante seguir avançando, investindo na melhor escola com mensalidade muito alta, pagando material escolar muito caro, pagando uniforme muito caro e toda a estrutura da escola para que seu filho seja o aluno mais aplicado nas notas dos maiores e melhores vestibulares do país para ter o melhor e mais graúdo salário de todos via capacidade e estudo. Na contrapartida, a visão de não estudar, de destruir móveis das escolas comprados com dinheiro público, de depredar escolas públicas, de pagar pessimamente mau os profissionais das escolas públicas, de ter os piores livros com o conteúdo semelhante e de levar grande número de jovens diariamente ao termo “estudo não leva ninguém a lugar algum” faz com que o grupo dominante, que manda e comanda a política local há décadas, fique na situação mais confortável possível para continuar sua total, absoluta, impecável, inigualável e ímpar forma de estar à frente do poder político, onde conhece toda documentação das verbas públicas, cada centavo enviado aos cofres, pagamento dos indicados e afilhados e cada personagem da coisa política ali “instalado”.
O olhar de quem manda é voltado para o pensamento “está bom para o povo, que adora acordar e dormir do jeito que está, então segue a vida, porque os meus estão muito bem e em condições muito melhores que a desse povo”.
Enfim, com título de eleitor em mãos, votar é outra situação. Com um currículo escolar de excelente formação e tudo graças ao esforço, dedicação pessoal absoluta e regrada à única confiança em mim mesma, observo o secar gelo nas redes sociais. No final do jogo político, os mesmos personagens de sempre do poder dominante local às custas das facilidades ocasionadas pelas verbas públicas que, aliás, de públicas aqui nada nunca tiveram. Sempre nas mãos dos mesmos, para si e os seus.
Fato é que elementos como “educação, saúde, segurança pública, meio ambiente, transporte público e tudo, que envolve gestão municipal e seus poderes”, entra e sai período eleitoral é a mesma rotina: nada muda para a integralidade da coisa dominante e os seus e “o povo”?
Eliete Fonseca
Jornalista Profissional
Registro no Ministério do Trabalho
nº 18.902/RJ