Matérias - 07/01/2019 | 07h17m
Bloco das Piranhas/98
Na edição nº 4, de abril de 1998, no jornal Evolução Vila Nova, matéria sobre o tradicional Bloco das Piranhas.
No texto, a jornalista responsável pela publicação, Eliete Fonseca entrevistou o presidente Miguel Murilo Franco, que falou sobre a falta de apoio e divulgação para o desfile no bairro Vila Nova.
Trechos da entrevista:
EVN – Como acontece a organização do Bloco das Piranhas?
Miguel – Há muitos anos que a organização é feita por mim e pelo César Carvalho. O César organiza as rifas para arrecadar o dinheiro e eu cuido do carro abre-alas, que é o carro que tem a piranha, inclusive, eu guardo o carro na minha loja, em Vista Alegre. A organização do desfile em si é nenhuma. Quando podemos, fazemos uma alegoria de mão. Contamos com a prefeitura no que diz respeito à iluminação, mas por motivo por nós ignorado, a guarda municipal não compareceu, causando grandes dificuldades ao desfile. Nos outros anos, a guarda compareceu e no desfile desse ano (1998), não.
EVN – Qual será o destino do Bloco das Piranhas?
Miguel – Será o de desfilar todos os anos com dinheiro ou sem dinheiro para manter a tradição, que não pode morrer. Em Vila Nova, várias tradições já morreram como o Bloco Bafo da Pantera e as quadrilhas do saudoso Domingão.
EVN – Mensagem final.
Miguel – Após a morte do Adão Jardim, o bloco perdeu o seu mais ardoroso mentor e trabalhador. Ele tirava férias no seu serviço exatamente na época do desfile para se dedicar ao bloco, inclusive o abre-alas foi idéia dele e execução também. A piranha do carro abre-alas tem uma estrutura de bambu com papelão colado sobre o corpo e ele ficava dias e noites no trabalho artesanal. Ele era o único construtor de piranhas do mundo, segundo suas próprias palavras. A piranha que ele fez está até hoje no carro abre-alas do bloco.
Fotos: Eliete Fonseca