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Editorial - 15/06/2020 | 19h25m

Política sem expectativa

Na rotina, mantenho contatos com muitos pré-candidatos a um cargo na Câmara Municipal como representante do povo no mandato de 2021 a 2024. Dou detalhes de situações, que vivi na eleição de 2012 e outras informações sobre o funcionamento da coisa pública em Barra Mansa (RJ).

Derrubar essa política que está aí e seus personagens é uma tarefa praticamente impossível de acontecer nos próximos quatro anos, principalmente, quando o “sistema” está no comando há mais de quarenta anos com seguidores orientados a cumprir as regras às custas da folha de pagamento dos órgãos públicos. Trata-se de uma situação lamentável, onde a classe dominante tem nas mãos, cada centavo do que é recebido de verba pública e também, as ofertas como atrativo aos cargos principais do Legislativo, autarquia e prefeitura municipal.

O que existe é uma parede de forte concreto, que raramente será destruída, mas alimentada por quem chegar na eleição de 6 de dezembro de 2020 e assumir o mandato a partir de 1º de janeiro de 2021.

Hoje, junho, o que temos são reuniões com os pré-candidatos, orientados pelos mesmos presidentes de partidos de sempre. Nada muda. Nada mudou. Nada mudará. Seria como se num jogo, as pedras tivessem nomes e dezenove vezes fossem soletradas as mesmas vogais e consoantes sonoramente e previamente conhecidas de todo um universo de pessoas. Cartas marcadas movidas por muito atrativo financeiro num jogo para atender aos interesses de sempre, onde a população mais jovem e menos esclarecida não tivesse chance, não tivesse oportunidade, não tivesse espaço e a coisa pública nas mesmas mãos ficasse.

Nessa situação mistura-se discurso de religião, família, tradição, ataques, defesas, lives e todo tipo de conto de fadas, buscando iludir “mulheres” a acreditarem na força de seus nomes para a mudança da política local. Pura ilusão, porque o sistema joga com os mesmos nomes de presidentes de partidos de sempre, que ora correm atrás de cargo no Governo do Estado ou nas esferas Federal ou Municipal.

O que temos é triste de acompanhar e reflete a mesma Barra Mansa comandada por ávidos lobos, panela formada pela mesma patota. Nada muda. Nada mudou. Nada mudará.

Tenho título de eleitor. Votar é outra situação.

Eliete Fonseca
Jornalista Profissional
Registro MTE 18.902/RJ